Por Marcelo Yoshida
Dia 17 de maio de 1990, quando a homossexualidade foi retirada da CID – Classificação Internacional de Doenças – é um marco do movimento LGBTI.
A partir desta data, oficialmente, não podemos ser mais tratados como doentes. Isso tem implicações práticas, como ser proibida a prática de psicólogos que querem tratar / “curar” a homossexualidade, reforçada numa decisão do Supremo Tribunal Federal neste ano.
Não há cura para aquilo que não é doença!
Apresar desta data muito importante, infelizmente ela ainda não pode ser comemorada. Os dados da violência contra a população LGBTI no Brasil ainda são monstruosos: a cada 16 horas, um LGBT morre por ser LGBT.
A expectativa de vida de uma pessoa trans é de 35 anos, o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no MUNDO, o abandono de travestis e transexuais ocorre, em média, aos 13 anos de idade.
Nesse momento de isolamento social, os LGBTIs ficam ainda mais vulneráveis, seja pelo tratamento inadequado nos locais públicos onde eles buscam atendimento, ou pelo discurso de muitos líderes que culpam os LGBTIs pelo surgimento da COVID-19, pela obrigação de conviver com familiares opressores e sem alternativa de conviver com amigos e outras pessoas pessoas ajudar e pela exclusão de muitos LGBTIs do mercado de trabalho, que ficam sem renda e sem salário para conseguir passar por esse momento tão grave.
Essa data merece uma reflexão sobre como cada um de nós, LGBTIs ou não, reforça ou combate os preconceitos contra os LGBTIs. O que nós temos feito para tornar a sociedade mais igualitária?
Muita resistência e luta para os LGTIs! Não somos doentes! Não somos doença!.
Fontes: https://www.ohchr.org/Documents/Issues/LGBT/LGBTIpeople.pdf

