A Associação de Preservação Histórica de Valinhos – APHV anunciou na última segunda-feira (11) as 14 Maravilhas de Valinhos, sendo as sete já extintas e as sete ainda existentes.
O anúncio foi feito no plenário da Câmara Municipal, onde era possível perceber, na expressão dos presentes, a emoção exalada sobre a nossa história, a memória afetiva e a esperança do que está por vir.
A história
Dentre as maravilhas existentes não foi surpresa a eleição em primeiro lugar da Igreja Matriz de São Sebastião.
O monumento da Igreja Católica habita o imaginário da população valinhense não apenas pela sua beleza arquitetônica, mas também pelo seu significado histórico de casamentos, batizados, reuniões e de tantos outros acontecimentos e eventos.
O sentimento
Dentre as maravilhas extintas, o antigo Armazém Pozzuto foi a mais votada na eleição popular. O armazém estava instalado na esquina das avenidas Onze de Agosto e Independência e funcionou no período de 1961 a 2007.
Após a divulgação do resultado tornou-se possível compreender o afeto do povo valinhense para com o armazém através dos depoimentos e relatos de ser atendido no balcão, de comprar fiado com anotação na caderneta, de receber em casa as despesas, além de serviço de coleta de cartas recebidas pelos correios e endereçadas a moradores de bairros distantes e não abrangidos pelo serviço postal naquela época.
Meu pai, João, era o irmão mais velho da família Pozzuto e morreu muito moço, aos 48 anos de idade. Para substituí-lo no armazém, a família escalou meu irmão João Batista, o terceiro dos seis filhos de João.
João Batista escreveu um livro (Do Outro Lado do Balcão) sobre as deliciosas histórias e estórias vivenciadas por ele no contato direto com os fregueses do Armazém Pozzuto, durante os 34 anos que lá trabalhou.
A esperança
O resultado das 14 Maravilhas não se restringiu a ter apenas características de saudosismo. Dentre as escolhidas, é sintomática a demonstração de apreço da população valinhense para com a Serra dos Cocais e a árvore símbolo de Valinhos, o Jequitibá, por exemplo.
Esperança de que a sociedade se mobilize a ponto de fazer com que as autoridades repensem a tendência de permitir o avanço da urbanização sobre as áreas rurais, ameaçando os mananciais, a agricultura e a qualidade de vida da nossa cidade, num momento em que se discute a revisão do Plano Diretor.