É palpável no ar o clima de alegria, afinal, gostamos de festa e o Parque Municipal fica lotado de visitantes.
Janeiro é um mês especial para Valinhos. Tem o feriado do padroeiro São Sebastião e, claro, a Festa do Figo. E tudo no embalo dos festejos de fim de ano e na expectativa do carnaval.
É palpável no ar o clima de alegria, afinal, gostamos de festa e o Parque Municipal fica lotado de visitantes.
Quando acontece em ano eleitoral, então, o evento é apimentado, de um lado, com as reclamações exaltadas sobre os preços e shows (ou falta deles) e, de outro, a manifestação ufanista de ser o maior evento turístico e cultural da cidade.
Em sua 71ª edição, a Festa do Figo ressalta o esforço dos organizadores, da comunidade, dos voluntários e, sobretudo, dos agricultores, que resistem na missão de plantar e colher os frutos da terra.
No entanto, registre-se algumas mancadas, como a cerimônia de abertura inserida no decorrer da missa, misturando liturgia e discursos políticos e o chilique do secretário de cultura repudiando, aos berros, as possíveis vaias (que ninguém viu), sugerindo aos manifestantes que “amem ou deixem a festa”, argumento bem apropriado para os tempos atuais de intolerância.
Aliás, dizem as más (ou boas) línguas, que a cerimônia religiosa teve justamente o objetivo de intimidar as vaias, enquanto a organização garante que tratou-se de recuperar prática antiga de abertura da festa com uma missa.
No fim das contas, o triste mesmo é perceber a explícita hipocrisia daqueles que no palco da festa exaltam a importância da agricultura e, no palácio e parlamento, conspiram para transformar as áreas rurais em urbanas, com o avanço de tratores dos novos loteamentos e condomínios sobre a lavoura.
O jeito é curtir a festa enquanto tiver o figo.
Parabéns pelo artigo Heriberto !! Algo precisa ser feito !! Caso contrário …além de perdermos a festa do Figo o blog talvez terá que mudar para pedecondominios ou pedeareaurbana ! Vamos trabalhar para que não aconteça !