“Onda de calor é desastre negligenciado e mata mais que chuva e deslizamento”, afirma a professora Renata Libonati, entrevistada pelo jornalista valinhense Caio Possati. A pesquisadora associa 50 mil mortes a ondas de calor no Brasil em 20 anos; no mundo, estresse climático afetará 27 milhões em 2030.
O Jornal “O Estado de São Paulo” (Estadão), no caderno Metrópole do último domingo (17/03), publicou uma entrevista realizada pelo jornalista Caio Possati com a professora do Departamento de Metereologia da UFRJ e coordenadora do Laboratório de Satélites Ambientais (Lasa), Renata Libonati, a respeito da onda de calor que assusta os brasileiros nos últimos dias.
Ao Pé de Figo, Caio reveleou que a conversa com a Renata Libonati o deixou ainda mais em alerta sobre as consequências das ondas de calor, que é mais um efeito das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global.
Segundo o jornalista valinhense, o que a entrevistada destaca, em linhas gerais, é que esse calor que estamos sentindo é tão ou mais letal que outros fenômenos climáticos que têm acontecido, como as fortes chuvas. Mas, por se tratar de um acontecimento mais silencioso e menos visível (afinal, nós não enxergamos os efeitos dessas altas temperaturas, como vemos o deslizamento da encosta de um morro), negligenciamos a gravidade desses acontecimentos. E fazer vista grossa só prejudica o debate sobre o assunto.
Além disso, essa entrevista o fez ter o entendimento de que o mundo chegou um ponto, em termos climáticos, em que matérias e reportagens romantizando e glamourizando o verão e recordes de calor não cabem mais. Enquanto isso é diversão para uns, praia etc, para outros é sinônimo de impactos diretos na saúde e no bem estar.
“Fazer essa entrevista me fez enxergar que a cobertura ambiental, do clima, (e principalmente o tom que se dá a ela), se faz cada vez mais necessária porque, infelizmente, os prognósticos para a saúde da Terra não são positivos. E é necessário informar e conscientizar as pessoas, empresas, gestores públicos para reverter essa situação”, alertou o jornalista Caio.
Confira o fac-símile da página do “Estadão”:
Caio Possati iniciou o seu trabalho no “Estadão” em 2021 como trainee de focas e freelancer na editoria de esportes. Em 2022 foi contratado pelo jornal, de forma definitiva, como repórter de Metrópole.