O estado teve R$ 102 bilhões de aportes em empresas nos últimos seis meses. Sem um
programa municipal de incentivo à indústria, Valinhos não recebe investimentos.
A PIESP (Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo), realizada pela Fundação Seade, mostrou que nenhuma empresa declarou investimentos em Valinhos no primeiro semestre deste ano. Já os aportes anunciados em território paulista somaram R$ 102,43 bilhões nos últimos seis meses.
O cenário no município vai na contramão da tendência nacional: em junho, o país teve forte alta de 4,1% na produção industrial, anunciada pelo IBGE. O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025, enviado pela prefeita Capitã Lucimara (PSD) à Câmara Municipal, não tem nenhum programa de incentivo e fomento à indústria.
Os dados da Fundação Seade mostram que, sem incentivo municipal ou um programa de fortalecimento industrial, Valinhos tem despertado cada menos interesse de enpresas, o que impacta diretamente no mercado de trabalho. Para se ter uma ideia, a cidade não recebeu nenhum investimento de empresas públicas ou privadas entre 2019 e 2020, na gestões do prefeito Dr. Orestes Previtale, tampouco no primeiro ano do governo Lucimara, em 2021. Vale destacar que em 2020 e 2021, o país estava na pandemia da Covid-19, o que provocou o fechamento de muitas empresas.
Inevitavelmente este tema já é pauta obrigatória no debate da eleição municipal de outubro. Para Léo Pinho, “O governo municipal atual não se preocupou em elaborar um plano concreto de recuperação da indústria de Valinhos pós-pandemia. Hoje temos um cenário de desinvestimento: cada vez mais as empresas vão embora. A Capitã não incluiu um projeto nesta área no orçamento municipal, deixando bem claro que não é uma prioridade. Em resumo, querem rasgar os símbolos presentes em nossa bandeira. E Valinhos se torna, cada vez mais, uma cidade dormitório”, afirma o candidato a prefeito do PT.
O último grande investimento na cidade ocorreu em 2015, quando foram declarados R$ 812 milhões de aportes de empresas em Valinhos, que envolveram desde implantação até ampliação e modernização de unidades industriais.
No cenário nacional, a forte alta de 4,1% na produção industrial em junho, anunciada pelo IBGE, comprovou o bom momento para a manufatura de bens de consumo, incentivada pelos ganhos de emprego e renda.