Por falta de quórum, foi cancelada a sessão extraordinária da Câmara Municipal, convocada em regime de urgência para a manhã desta sexta-feira (20), com o objetivo de apreciar a proposta da prefeita Lucimara (PSD), que cria o marco regulatório do transporte coletivo urbano em Valinhos.
Nos bastidores circula a análise de que, se aprovado, o projeto abre caminho para a prefeitura arcar com subsídio do transporte coletivo mediante isenção de ISSQN e pagamento de eventuais déficits nas contas das concessionárias.
O projeto vem somar-se às maldades apresentadas pela prefeita, derrotada no propósito de reeleição, em seu final de mandato, tais como a venda do DAEV, o desestímulo da decoração natalina e as incertezas quanto à tradicional confraternização de fim de ano entre os servidores municipais, tornando ainda mais tenso o processo de transição de governo.
Na verdade, segundo fontes do legislativo, por trás do projeto de lei dos transportes coletivos enviado pela prefeita, e o consequente boicote da maioria dos vereadores à sessão extraordinária, estaria embutida a disputa entre as empresas de ônibus Sou Valinhos e Rápido Luxo, cada qual amparada nos interesses políticos de Lucimara (PSD) e Franklin (PL), respectivamente.
Ressalte-se ainda que, além de ser apresentado na correria, em regime de urgência, no final de mandato da prefeita e dos vereadores, o projeto de lei de autoria do executivo municipal é confuso e ignora, por exemplo, a existência do Conselho Municipal de Transporte Coletivo, previsto na Lei Orgânica Municipal.