Na manhã desta terça-feira (3), a Câmara Municipal de Vinhedo protagonizou um episódio inusitado ao realizar a primeira oitiva com membros do bloco carnavalesco Bloquete. A sessão faz parte da apuração sobre supostas infrações legais atribuídas ao grupo durante o cortejo realizado no domingo de carnaval deste ano.
Segundo os vereadores, a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi motivada pela alegação de que o desfile pelas ruas centrais da cidade teria colocado em risco a integridade dos estabelecimentos comerciais — já que, por determinação da Prefeitura, os desfiles deveriam ocorrer exclusivamente no Parque da Festa da Uva.
Representando o colorido e irreverente bloco que há anos colore Vinhedo com criatividade e alegria, os integrantes do Bloquete defenderam o direito de ocupar as ruas. Na oitiva, reforçaram que o carnaval é uma manifestação cultural legítima — e não meramente um evento festivo —, e que todas as obrigações legais foram cumpridas, incluindo a comunicação prévia às autoridades com, no mínimo, 48 horas de antecedência.
O que chama a atenção, no entanto, é a contradição por parte dos vereadores que hoje se dizem preocupados com a preservação do patrimônio público e privado. Trata-se dos mesmos parlamentares que aprovaram uma Moção de Apoio à anistia dos envolvidos nos atos de vandalismo ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023 — episódio marcado por depredações generalizadas.

