Cerca de trezentas pessoas compareceram na Câmara Municipal, na noite desta quarta-feira (27), para participarem da Audiência Pública de apresentação da proposta final do Plano Diretor de Valinhos.
A explanação dos trabalhos coube à empresa Geo Brasilis, contratada pela Prefeitura para elaborar a revisão do Plano Diretor. A plenária ainda contou com a inscrição de mais de oitenta pessoas para usarem a palavra.
Foi justamente no momento da palavra dos representantes da sociedade civil que se tornou possível identificar a divisão entre as duas correntes predominantes.
De um lado, favoráveis à proposta apresentada, os representantes de empresários e empreendedores imobiliários, somados aos proprietários de áreas atendidas especificamente pelas mudanças anunciadas, argumentando que a cidade carece de desenvolvimento econômico.
E, de outro lado, técnicos e membros de movimentos de defesa da contenção da expansão urbana, ambientalistas e a maioria das associações de moradores presentes, contrários à conclusão dos trabalhos, apontando falhas nos procedimentos e falta de clareza no seu conteúdo.
O Promotor Público, Rodrigo Garcia, foi um dos que questionaram a forma de encaminhamento da revisão do Plano Diretor, ressaltando as limitações impostas à participação da população e, principalmente, a falta de um texto legal definitivo para discussão do que, afinal de contas, seria a nova lei a regular o desenvolvimento da cidade.
Não é exagero concluir que o clima de incertezas e desconfiança, predominante na Audiência Pública da noite desta quarta-feira, pode ter enterrado a conclusão apressada pretendida pelo Governo de Orestes Previtale.