O ano de 2023 caminha para sua reta final e entrará para a história como o período em que a população de Valinhos sofreu duros golpes daqueles que foram eleitos para defender o patrimônio público, tomar medidas de preservação da natureza e proporcionar qualidade de vida a todos.
A proposta de venda do DAEV para a iniciativa privada, encaminhada pela prefeita e aprovada pela maioria dos vereadores, registrou cenas de puro distanciamento do governo municipal e do poder legislativo do mandato popular que lhes foi outorgado, o qual deveriam honrar.
Como se não bastasse a água ser tratada como mercadoria, agora o precioso líquido está prestes a ser novamente ameaçado, caso a revisão do Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupação do Solo seja aprovada com a permissão do avanço da urbanização sobre a Serra dos Cocais, medida letal para os mananciais, flora, fauna e cavernas, desenhando um futuro devastador.
Tudo isso acontecendo com a cumplicidade silenciosa da imprensa tradicional da cidade e a consequente passividade da população que, desinformada, segue alheia aos acontecimentos, inerte diante dos desmandos irresponsáveis e interesses inconfessáveis.
Aos alertas insistentes da sociedade civil e seus ativistas, agora soma-se a reação da natureza e suas crises climáticas: níveis de calor alarmantes, enchentes aniquilando cidades, seca em rios amazônicos e fome.
Mas nada disso parece motivar o espírito e o bom senso dos que têm a obrigação de zelar pela vida na cidade e no planeta.