Mais um dia amanheceu em Valinhos com o brilho do Sol encoberto pela fumaça provocada pelo incêndio na região da Serra dos Cocais.
As imagens da cidade enfumaçada tomaram conta das redes sociais com relatos que expressam a preocupação generalizada. “Minha casa está toda fechada hoje para se proteger da fuligem. O ar cheira a carvão”, diz uma seguidora do Pé de Figo.
Segundo especialistas, as queimadas liberam substâncias tóxicas que irritam as narinas, olhos e garganta, além de atravessarem as células pulmonares e entrarem na circulação sanguínea. Dessa forma, são distribuídas por todo o corpo, causando inflamação, especialmente em pessoas já acometidas por problemas respiratórios.
Uma onda de incêndios no estado de São Paulo deixou 48 cidades em estado de alerta para queimadas. As queimadas, que começaram na sexta-feira (23/8), já provocaram duas mortes.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse no domingo que os incêndios registrados no interior de São Paulo são atípicos e precisam ser investigados. Ela comparou a situação atual com o “Dia do Fogo”, quando produtores rurais do Pará realizaram através de uma ação conjunta uma série de incêndios na Amazônia, em agosto de 2019.
Autoridades estaduais e federais têm dito que suspeitam que as queimadas são provocadas por criminosos. Foram abertos inquéritos para investigar as causas do incêndio. Três pessoas já foram presas.
Em Valinhos, o sentimento generalizado é de que o município não dispõe de estrutura suficiente para prevenir e combater as chamas que se repetem a cada ano. Ao mesmo tempo há a percepção de que as autoridades responsáveis estão caladas diante da terrível devastação de áreas importantes para a preservação da natureza.