Fonte: Izabelly Mendes
Você já parou para pensar por que continua em certas situações, relações ou ambientes que te incomodam, magoam ou diminuem? Talvez a resposta não esteja nos outros, mas em como você se enxerga. Aquilo que você tolera diz muito sobre o seu nível de autoestima, seus limites emocionais e a forma como acredita merecer ser tratado.
Tolerar, por definição, é suportar algo sem agir contra. E embora existam situações que exigem paciência e resiliência, muitas vezes acabamos confundindo tolerância com autonegligência. Quando você permite comportamentos desrespeitosos, relações tóxicas ou ambientes desgastantes por tempo demais, isso pode revelar não apenas sua resistência, mas também suas inseguranças mais profundas.
Autoimagem e permissividade
A forma como você se enxerga influencia diretamente o que aceita dos outros. Se você se vê como alguém que “não merece melhor”, “não é suficiente” ou “precisa se esforçar mais para ser amado”, provavelmente tolera atitudes que confirmem essa crença. É um ciclo inconsciente: você aceita menos do que merece porque, no fundo, acredita que esse é seu valor.
Pessoas com baixa autoestima tendem a ser mais permissivas. Elas têm medo de impor limites por receio de parecerem egoístas ou de serem rejeitadas. Isso vale para amizades, relacionamentos amorosos, vida profissional e até para a forma como se tratam.
Limites: espelho da autoestima
Estabelecer limites é uma das maiores demonstrações de amor-próprio. Quando você diz “não aceito isso”, está dizendo ao mundo e a si mesmo que sabe o que merece. Quem tem clareza de valor não se prende a relações que sugam, empregos que anulam ou ambientes que diminuem.
Não se trata de arrogância ou orgulho, mas de consciência. Limites saudáveis afastam abusos, mantêm sua energia protegida e mostram aos outros como você deseja ser tratado.
O perigo da normalização
Muitas vezes, a repetição de situações desconfortáveis cria um senso distorcido de normalidade. A pessoa se acostuma a ouvir críticas constantes, piadas ofensivas, promessas não cumpridas ou ausência de carinho. O problema é que, ao normalizar essas atitudes, ela invalida o próprio desconforto.
A frase “sempre foi assim” vira justificativa para continuar onde não se sente bem. E essa passividade, com o tempo, vai corroendo a autoconfiança. Por isso, é essencial questionar: estou tolerando isso porque é passageiro ou porque não acredito que posso ter algo melhor?
Responsabilidade emocional
É fácil culpar os outros pelo que nos fazem. Mas, em muitos casos, somos responsáveis por não nos retirarmos da situação. Aceitar um pedido de desculpa sem mudança de atitude, permanecer onde se sente invisível ou ignorar a própria dor são escolhas que fortalecem o ciclo de tolerância nociva.
Reconhecer sua parcela de responsabilidade é libertador. Significa tomar as rédeas da própria vida e romper com o papel de vítima. Você não controla o que os outros fazem, mas pode escolher como reagir e até onde vai permitir que isso te afete.
O que você está tolerando hoje?
Pare um instante e reflita: o que você tem suportado em silêncio? Quais comportamentos, palavras ou situações te fazem encolher? O que você está aceitando que, se visse alguém que ama passando por isso, diria para sair imediatamente?
Essa reflexão é um convite para voltar o olhar para dentro e se perguntar: por que me colocou nesse lugar? Talvez você perceba que é hora de mudar o que acredita sobre si mesmo. Porque, no fim, tudo começa com o que você acredita merecer.
Como mudar esse padrão?
Reavalie sua autoimagem: Questione o que te faz pensar que merece menos do que deseja.
Estabeleça limites claros: Diga não, se afaste, priorize sua paz.
Busque apoio: Terapia, grupos de apoio, leituras — tudo que fortaleça seu senso de valor.
Se trate com respeito: Comece por você. Fale com carinho consigo mesmo, evite se criticar em excesso e se elogie mais.
Lembre-se: tolerância não é obrigação. Você pode sair de onde te ferem. Pode dizer “basta”. Pode querer mais. Sugar daddy
O que você tolera não define apenas o que os outros pensam de você, mas principalmente o que você pensa de si mesmo. E é a partir disso que o mundo te trata. Mude sua visão interna e verá seu mundo mudar também.


