Segundo o Movimento Mobiliza Plano Diretor, há uma “tragédia anunciada” com a redução da capacidade hídrica dos rios da Região Metropolitana de Campinas, e o avanço desenfreado da urbanização exige uma população organizada e ação de órgãos públicos e privados em defesa da preservação de áreas ambientais.

Diante de uma reportagem publicada pelo jornal Correio Popular, o Movimento Mobiliza Plano Diretor, constituído por cidadãs e cidadãos que acompanham a revisão das leis que compõem o Plano Diretor de Valinhos, manifestou=se nas redes sociais como segue:

Oportuno e preocupante o recente relatório de situação dos recursos hídricos publicado pelo PCJ- Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, como nos traz a reportagem do Correio Popular de 10/12/2020.Em tempos em que a região metropolitana de Campinas vem sendo duramente assediada por setores da especulação imobiliária, ávidos para abocanharem áreas rurais para fins de urbanização, podemos dizer que há sim uma tragédia anunciada com a notícia de que os principais rios que abastecem a região apresentam redução na disponibilidade hídrica em frente a um crescimento populacional expressivo.

As tentativas do Executivo das cidades de Valinhos e Vinhedo, nas revisões de seus Planos Diretores, em expandir drasticamente e sem critérios a urbanização, e a recente aprovação de urbanização na APA de Campinas, são claros exemplos de que o enfrentamento vai precisar ir além de uma população organizada e ativa: é necessário que órgãos públicos e privados se conscientizem e saiam também em defesa de nossas áreas ambientais e de proteção de mananciais.

A proibição de urbanização dessas áreas é urgente. Para uma melhor análise do relatório e suas problemáticas é necessário compreender a situação e importância dos cursos fluviais citados. Em especial o Rio Capivari, citado na reportagem, que passa por Valinhos nas regiões dos bairros da Reforma Agrária e Capivari. Muitos dos agricultores ainda o utilizam para irrigação de suas lavouras. Ele nasce em Jundiaí e deságua no Rio Tietê. Com 212,6 quilômetros de extensão, passa por Louveira, Vinhedo, Valinhos, Campinas, Monte Mor, Elias Fausto, Capivari e Rafard. Entenda quem é o PCJ: Criado por meio da Lei Estadual Paulista nº 7.663/91, o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CBH-PCJ) foi instalado no dia 18 de novembro de 1993 como o primeiro comitê de bacias do Estado de São Paulo. O CBH-PCJ gerencia os recursos hídricos de uma das regiões mais críticas do estado quanto à qualidade e a quantidade das águas.

Em vista disso, em 2009, foi criada e instalada a Fundação Agência das Bacias PCJ, com sede na cidade de Piracicaba/SP, a qual, a partir de 2012, assumiu definitivamente as funções de Secretaria Executiva do CBH-PCJ, contando com profissionais especializados na gestão de recursos hídricos. Já em 1994, o CBH-PCJ criou as Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho para auxiliarem nas tomadas de decisões.

Hoje são 12 câmaras que contemplam a participação de mais de 600 membros. As características das Bacias PCJ, com cursos d’água de domínio da União e do estado de Minas Gerais, fizeram com que fossem criados e instalados outros dois comitês, o PCJ FEDERAL, em março de 2003, e o CBH-PJ1 (MG), em março de 2008, os quais trabalham integrados com o CBH-PCJ, sendo chamados de Comitês PCJ.

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