Em plena pandemia, o Banco do Brasil anunciou que abriu Plano de Demissão Voluntária (PDV) para cinco mil trabalhadores e trabalhadoras e o fechamento de 361 unidades entre agências e postos de atendimento
Por Rosely Rocha, no portal da CUT
O desmonte do serviço público de qualidade segue a todo vapor no governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL).
Mais uma vez, o Banco do Brasil é alvo de demissões que precarizam o atendimento e facilita a privatização.
Sem se importar com o atendimento dos seus clientes que mantêm mais de 73 millhões de contas espalhadas por todo o país, a direção do BB, rezando a cartilha neoliberal do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, anunciou nesta segunda-feira (11) que quer demitir até 5 de fevereiro deste ano, cinco mil trabalhadores e trabalhadoras, por meio de um Plano de Demissão Voluntária (PDV).
Além das demissões, serão fechadas 112 agências, 242 postos de atendimento (PA) e sete escritórios, num total de 361 unidades (ainda não foi anunciado os locais ).
O comunicado foi feito ao mercado financeiro pelo vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores, Carlos José da Costa André.
Essas demissões e fechamentos de unidades se somam aos 17.758 empregos cortados e ao encerramento de 1.058 agências, entre o início de 2016 (ano do golpe contra a ex-presidenta Dilma) e o terceiro trimestre de 2020, o que representa uma queda de 16% e 19% respectivamente, de acordo com o último dado disponível sobre o Banco do Brasil.
“Ao fechar agências e priorizando o atendimento eletrônico, o Banco do Brasil impede o acesso dos mais idosos e dos que têm baixa escolaridade, não familiarizados com o método, e até mesmo os micro e pequenos empresários, donos de bares, restaurantes e pequenos supermercados que ainda utilizam os caixas do BB para o depósito de malotes de dinheiro. Quem conta esse dinheiro é o bancário que trabalha no Caixa”, alerta João Fukunaga, secretário de assuntos jurídicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo e funcionário do Banco do Brasil.
Por outro lado, no mesmo período o número de clientes do BB cresceu 15%, um acréscimo de 9,4 milhões..
Visando apenas ganhar mais, o Banco do Brasil, diz que vai “economizar” R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025, apesar do lucro bilionário que vem obtendo.
Entre 2016 e 2019, o lucro líquido ajustado do BB apresentou crescimento de 122%. Era de R$ 8,033 bilhões em 2016 e subiu para R$ 17,848 bilhões em 2019(o dado completo de 2020 ainda não foi divulgado).
No mesmo período as receitas de tarifas e prestação de serviços do banco cresceram 22% passando de R$ 24 bilhões para R$ 29,2 bilhões.


