O fechamento do Auditório Municipal, que ocupava o prédio do antigo Cine Saturno, e a consequente transferência das atividades culturais e artísticas para o Teatro Multiuso da Câmara Municipal de Valinhos, são medidas que reduzem os gastos com imóveis alugados pela Prefeitura e, por outro lado, abrem a utilização das excelentes instalações da Casa do Povo em benefício da população.
Há que se destacar o empenho da Secretária da Cultura, Ângela Giardelli, e do Presidente do Poder Legislativo, vereador Israel Scupenaro, para que isso fosse possível.
No entanto, é incompreensível a decisão de fazer com que o acesso à Casa do Povo, pelo povo, seja feito pelas portas dos fundos.
Beira a humilhação a situação a que são levados os organizadores dos concertos da Orquestra Filarmônica de Valinhos, ou dos espetáculos teatrais, ao serem obrigados a fazer um “puxadinho” para instalar a bilheteria, ao relento, expostos ao frio, vento e chuva.

Absurda ainda a determinação de que os serviços de som, vídeo e iluminação, só podem ser utilizados pelos vereadores, negando-os às entidades que solicitam o uso pleno da estrutura técnica da Câmara.
Sob a alegação de que a abertura do acesso pelo saguão de entrada exigiria a colocação de funcionários em horário extraordinário, com acréscimo de gastos, relega-se ao cidadão o tratamento de indivíduo de segunda classe.
O belo “hall” de entrada da Câmara Municipal de Valinhos contém fotos e registros da história do legislativo valinhense e deve ser a porta de entrada dos munícipes, em posição de reverência aos cidadãos e cidadãs, razão de ser da Casa do Povo.
Ao Poder Legislativo local é destinado o montante de cerca de R$ 20 milhões por ano, correspondente a 3,83% do Orçamento Municipal, e não cola a afirmação de falta de verba para dotar a Câmara Municipal da estrutura necessária para ser corrigida a tamanha aberração de fazer o povo ser obrigado a entrar pela porta dos fundos na Casa do Povo.