O Mandato Coletivo do vereador Marcelo Yoshida (PT), na Câmara de Valinhos, publicou nesta quinta-feira (14) uma nota contra qualquer projeto que proponha militarizar a educação.A escola pública é lugar da convivência da diversidade étnica, racial, social, de gênero e religiosa, através do respeito mútuo ao diverso e à pluralidade de ideias, e não pela imposição de qualquer tipo de padronização comportamental.

Confira:

A escola cívico-militar e a falácia da educação disciplinadora como sinônimo de qualidade educacional na rede pública de ensino

O Mandato DiverCidade se posiciona radicalmente contra qualquer ideia, projeto ou tentativa de se militarizar a educação pública brasileira. Todos nós, co-vereadores deste mandato coletivo, somos professores. Por isso, sabemos que este plano político de construção autoritária de uma política pública educacional pautada por um estado policialesco esconde, na verdade, o saudosismo criminoso que muitos infelizmente ainda possuem por nossa última Ditadura Militar.

A escola pública é o lugar da convivência de toda diversidade étnica, racial, social, de gênero e religiosa expressa em nossa coletividade. Nela, através justamente do respeito mútuo ao diverso e à pluralidade de ideias, e não pela imposição de qualquer tipo de padronização comportamental, se constrói uma educação de qualidade e voltada para a efetivação da cidadania.

Portanto, o argumento de que a busca pela disciplina dos alunos só será atingida por uma escola cívico-militar mostra um corriqueiro erro pedagógico e esconde um grave preconceito social de pessoas que, geralmente, não vivem a educação escolar, desconhecem a escola pública e, por isso, nada entendem sobre ela. É preciso entender que o aprendizado escolar não se dá através do silêncio ensurdecedor provocado pelo medo, mas sim pela construção do conhecimento por meio do livre diálogo entre educadores e educandos. Associar educação com militarização é nada mais que o retrato de um preconceito segregacionista que relaciona pobreza à violência e, por isso, provocará um enorme dano social se colocado em prática.

Inclusive, as notícias do cotidiano escolar das escolas cívico-militares já implantadas no Brasil não são nada animadoras. Há inúmeros casos de ameaças e assédios contra professores, assim como diversos tipos de violência contra seus alunos – sexual, inclusive. Não se enquadrar nos padrões comportamentais ou ideológicos impostos pelos militares é motivo de violenta perseguição às pessoas que trabalham ou estudam nestas escolas hoje no país.

Educar é um ato de libertação, e não de vigilância autoritária e repressiva. A crise da educação não se dá pela falta de disciplina e desrespeito dos alunos: estes são problemas pontuais, não estruturais. Como dizia Darcy Ribeiro, “a crise da educação não é uma crise, é um projeto”. Além dos problemas escolares serem um reflexo dos problemas sociais que temos em nosso país, sobretudo aqueles oriundos de um projeto político autoritário e excludente, a falta de condições dignas de trabalho como superlotação das salas de aula e baixos salários dos profissionais da educação deveriam ser as reais preocupações de nossa sociedade no que tange à educação pública brasileira.

(Valinhos, 14 de Janeiro de 2021)


1 Comentário

  1. Sabe o que é engraçado nobre professor, o país ao qual o Senhor natural e ou descendente, creio ser de Japoneses, o qual é um país justo, educado e líder mundial em tecnologia e desenvolvimento no mundo. O Japão tem uma das políticas mais severas do mundo no quesito educação.
    O professor é tido como autoridade máxima, o que revelou dar excelentes resultados.
    Será que o Japão também está errado? Político ladrão no Japão pode ser condenado a morte. Será que estão errados?
    Me perdoe professor, porém, se fosse um leigo e sem cultura alguma teria perdão, porém o Senhor, com a maravilhosa formação que tem, apoiar um partido que, tendo tudo para ser o melhor que esse sofrido povo já teve, saqueou indiscriminadamente os cofres públicos, deixando crianças sem escola, merenda e etc..
    Deixando a população sem moradia. Tudo isso mostrado e comprovado judicialmente.
    Realmente tenho profundo pesar do Senhor.
    Sei que deve ser ateu, como a grande maioria dos socialistas, um dia, quando partir dessa encarnação terrena, poderá constatar o seu erro de julgamento, ou algum benefício recebido desse nefasto partido.
    Com a sua cultura e concepção de vida é inconcebível pensar e agir dessa forma.
    Meus pêsames!

Deixe um comentário

Por favor, digite seu comentário.
Por favor, digite seu nome