Moradores de rua espalham pertences na frente da escola do bairro e provocam reclamação por parte da vizinhança.

No início do mês de junho, a Prefeitura de Valinhos anunciou uma parceria com entidades da sociedade civil com o objetivo de desenvolver o Programa Baixas Temperaturas, no período que se estenderá de junho a setembro.

Por meio da ação, que começou na terça-feira (13), será oferecido abrigo gratuito, com cama, cobertor, comida e banho quente, a homens e mulheres que estejam nesta situação no município. São cerca de 50 pessoas, segundo estimativa da Prefeitura. A grande maioria, mais de 80%, é formada por homens.

O abrigo, com ala feminina e masculina, funcionará no prédio da antiga escola municipal do Joapiranga, que se encontra desativada, e está sendo cedido pela Secretaria da Educação. A entrega das chaves foi feita pelo secretário da Pasta, Zeno Ruedell, para o padre Dalmirio do Amaral, pároco da Paróquia de São Sebastião, que ficará responsável pela manutenção do espaço, juntamente com o grupo Missão Belém.

Na ocasião do anúncio do programa, a Secretária de Promoção Social, Dulce Maria de Paula Souza, afirmou que “Ninguém será obrigado a ir para o abrigo, pois fere o direito de liberdade de ir e vir, mas há a preocupação da sociedade com os riscos que a exposição prolongada a baixas temperaturas representa, inclusive de morte”.

Confusão e reclamações

Na manhã desta quarta-feira (14) os alojados estenderam os seus pertences na calçada em frente ao abrigo o que provocou espanto na vizinhança que, assustada, reclamou principalmente por não ter havido nenhum comunicado e preparação da região para receber os moradores de rua.

Segundo informações obtidas pelo Pé de Figo, o Padre Dalmirio do Amaral, da Paróquia de São Sebastião, comparecerá hoje às 19h30 no local para esclarecer à população do bairro o objetivo do programa.

Ausência de uma política pública

Para Léo Pinho, membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos, este tipo de ação provoca confusão justamente porque a cidade não implementou, nem criou, a Política Municipal de População de Rua.

A falta de informação e conscientização gera atitudes preconceituosas na vizinhança que passa a considerar os moradores de rua como indivíduos vagabundos, perigosos, etc.

Por outro lado, “devemos também levar em consideração a ação do padre que se preocupou em ter um abrigo para acolher os moradores de rua neste frio intenso, justamente pela ausência de uma política pública”, conclui Léo Pinho.

O Pé de Figo procurou a Secretária Dulce para obter mais esclarecimentos e a mesma se recusou a nos atender e, através de sua secretária, nos orientou a buscar informações junto à assessoria de imprensa da Prefeitura.

O departamento de imprensa da prefeitura, por sua vez, ficou de nos enviar por email mais detalhes da situação, o que não aconteceu até o fechamento desta matéria.

 

 

 

 

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