“Meu nome é Antonio Violla Filho. Nasci em Campinas e morei bons anos de minha infância na casa da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, mais precisamente perto do túnel novo, onde antigamente existia uma cancela, na cidade de Valinhos.

Bons tempos, viajei muito, mas muito mesmo de trem, porque meu pai trabalhava na Companhia, então era fácil. Conhecia praticamente todos os trens e boa parte dos maquinistas, com os quais eu viajava de uma cidade para outra. Conheci desde as antigas ‘Maria Fumaça’, as Litorinas, as elétricas e também as à diesel.

Saía de Valinhos e quando resolvia parar em outra estação eu pedia para o telegrafista avisar meu pai aqui em Valinhos onde eu estava, e assim era o fim de semana, até chegar numa cidade (estação) onde tinha um tio, ou meu padrinho para passar a noite.

Aqui em Valinhos, brincava muito na estação, um fato, tinha uma caixa d’água enorme que servia para abastecer as maquinas a vapor, e nós criança, escondidas subíamos e entrávamos nela.

Hoje não tem mais trens, a estação está totalmente abandonada, mato e sujeira por todos os lados, bem diferente de antigamente, quando não se encontrava um papel de bala, ou uma ponta de cigarro no chão.

Muitos ainda se lembram, não precisávamos de relógio para saber as horas: era só prestar atenção no apito do trem e pronto.

Mas é assim a vida, mudança constante, e o que fica é somente a lembrança e o desejo de um futuro melhor para a humanidade. Que o homem tenha consciência de fazer o melhor.”

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