“Comecei a trabalhar na ferrovia aos 16 anos de idade e em 1973, com 18 anos, entrei para a recém fundada Ferrovia Paulista S/A – FEPASA, onde fiquei até 1994.
Passei muitas vezes por este trecho que havia pertencido à Companhia Paulista de Estradas de Ferro, entre Jundiaí e Campinas, é um caminho muito bonito mas cheio de curvas, dava muito susto na gente, principalmente quando cruzávamos com outro trem em sentido oposto. Havia muitos trens circulando em diversos horários, as estações são bem próximas uma das outras e o sistema catenária de distribuição e alimentação elétrica das locomotivas demandava muito mais atenção e responsabilidade ao conduzir um trem. Depois que aposentei ainda sonhava com trens e fui realizar outras atividades para esquecer um pouco.
Perdi meu pai quando tinha 08 anos de idade e a ferrovia foi uma verdadeira escola da vida para mim, nela eu aprendi a ter disciplina, respeitar os horários, os superiores e os colegas de profissão e aquilo que você não sabia fazer, como por exemplo, cozinhar, você aprendia na marra”.