“Sou uma pessoa voltada ao trabalho social, certo? Eu faço trabalho social desde os meus 7 anos de idade, sempre acolhendo um, acolhendo outro, ajudando as pessoas necessitadas. Um pouco de vocação, mas também a religião. Afinal, sou católica e desenvolvo trabalho social dentro da minha comunidade, com pessoas carentes, crianças, adultos. É praticamente uma missão, e pra completar essa missão minha, faltava eu estar num acampamento, numa ocupação mesmo, faltava isso pra mim, vivenciar um dia-a-dia de um acampamento.
Esqueci do nome, né ? Eu sou Floriza da Silva Primo, tenho 63 anos. ‘Tô’ aqui há mais de um mês já, está sendo a primeira vez em acampamento do MST. Já morei em assentamento, mas foi depois de acampamento, peguei a luta no final. Eu morei num assentamento e gostei do trabalho, da forma que é conduzido o trabalho do MST. Por isso me dedico, por que divido a causa. Nesse meu caminhar só faltava essa experiência de ocupar e acampar pra eu completar minha luta.
Eu faço luta social na cidade de onde eu venho, Limeira, desde 1989. Na cidade de Limeira temos cinco bairros que a gente trabalhou com ocupação, a gente fazia essa luta pra amenizar a situação das pessoas, para terem moradia urbana mesmo. O déficit habitacional é muito enorme, muita especulação imobiliária, então a gente fez essa entidade em 1989. De 89 a 2018 e agora vim pra essa luta aqui, pra conhecer o movimento social como um todo, desde urbanismo até o campo.”