Comissionados são “cosquinha” para o orçamento, diz Secretária da Fazenda no encontro com empresários
A AECVAL – Associação das Empresas do Country Club de Valinhos reuniu na manhã desta segunda-feira, 21, nas dependências do Valinhos Plaza Hotel, alguns empresários para debater as dificuldades pelas quais passa o setor.
Ao contrário do que foi divulgado anteriormente, não se trata de uma reunião com o objetivo de fundação de uma associação das indústrias e sim de um chamamento à ampliação e fortalecimento da entidade já existente.
Na abertura dos trabalhos o presidente da AECVAL, Júlio Tanaka, explanou que o objetivo do encontro é o engajamento indispensável dos empresários na busca de soluções para os problemas locais que vão desde as deficiências na infraestrutura básica até alternativas para o desenvolvimento das atividades econômicas.
O engajamento da sociedade civil é fundamental, afirma secretário
O Secretário do Desenvolvimento Econômico, Wilton Luiz Borges, afirmou no encontro com os empresários, que não será possível encontrar caminhos e soluções para a grave crise em que se encontram os municípios brasileiros sem a participação efetiva no processo da sociedade civil organizada, através de suas entidades representativas, e apontou a discussão do Plano Diretor como uma tarefa importante.
Para Borges, mais do que cortes nas despesas, o Município de Valinhos precisa ampliar o seu potencial de arrecadar receitas indicando que o desenvolvimento do turismo local pode ser uma das fontes.

Déficit no orçamento, “cosquinha” e reza
Da mesma forma como se verifica nas redes sociais e nas conversas pelas ruas da cidade, os empresários também se queixam da deficiência na infraestrutura da cidade, o que atrapalha a iniciativa de empreendedores, como os buracos nas vias e o mau estado do asfalto, além da ausência de rede de esgoto em condições adequadas.
O tema do grande número de comissionados contratados pela Prefeitura igualmente foi levantado, ao que a Secretária da Fazenda, Maria Luisa Denadai, respondeu que, para o orçamento municipal, os comissionados são uma “cosquinha” diante das cifras gigantescas da dívida e dos gastos obrigatórios. Júlio Tanaka, por sua vez, argumentou que embora o volume dos gastos com as nomeações possa não ser tão relevante, a gestão municipal poderia dar uma demonstração de estar cortando na própria carne, num gesto simbólico de sintonia com a sociedade.
Com uma dívida consolidada de R$ 488 milhões e um possível déficit no orçamento de R$ 70 milhões em 2018, (para o próximo exercício prevê-se um volume de despesas de R$ 498 milhões para uma arrecadação de R$ 420 milhões), Denadai demonstrou de forma clara o quadro das contas públicas: “passamos a adotar o instrumento da reza diária, torcendo para que as demandas judiciais e de parcelamento de dívidas em curso não se resolvam contra a prefeitura”, conclui a Secretária.