Os tempos atuais nos levam a acreditar que tudo está perdido, porém, os alunos do Alves Aranha são uma prova de que não, não está.
Por si só, o prédio da E.E. Antonio Alves Aranha exerce sobre minhas lembranças uma certa magia. Primeiro, pela localização: vivi minha infância e adolescência na Rua Itália, aos pés do colégio. Ali também iniciei o ginasial, quando nele estava instalado o Cyro de Barros. Sem falar nos momentos de tensão e disputa política nas eleições em que a escola serve de sessão eleitoral.
No entanto, vivenciei na tarde do último dia 10 de outubro, um momento de rara emoção, ao visitar a Feira Científica e Cultural da E.E. Antonio Alves Aranha.
Ao som do clássico Cálice, de autoria de Chico Buarque e Gilberto Gil, com a participação da singular voz de Milton Nascimento, me arrepiei com a apresentação da peça teatral em que aqueles moços e moças resgataram a história do período da ditadura militar no Brasil, sem deixar de perceber que nos dias de hoje “falta pouco, muito pouco, para tudo se repetir”.
Censura, repressão, tortura, assassinatos e manipulação da imprensa foram retratados na sala de aula transformada em palco, num ambiente escuro, com janelas e paredes cobertos por tecidos pretos, para ao final eclodir da luta pelas Diretas Já a consciência de que a reconquista da democracia é algo que precisa ser preservado.
Fora Temer, liberdade e diversidade
Ao percorrer as dependências da escola, curti o privilégio de participar de aulas movimentadas, recheadas da alegria característica da juventude, através de um passeio pela poesia, história do nazismo, ensinamentos do trânsito e um delicioso grito grafado a giz na lousa: Fora Temer!
Para fechar a visita, mais momentos de emoção com o vídeo documentário feito pelos alunos dos terceiros anos da E. E. Antonio Alves Aranha, sob a orientação do professor de Sociologia, Guillermo, sobre homofobia e diversidade sexual, culminando com a mensagem, quase uma súplica: “Mais Amor, Por Favor”.
Os tempos atuais nos levam a acreditar que tudo está perdido, porém, os alunos da Escola Estadual Alves Aranha são uma prova de que não, não está.
Pelo que lembro a vossa senhoria não assistiu o que o professor Guilhermo fez, simplesmente entrou e o entrevistou!
Prezado Alessandro
A “minha senhoria” aqui assistiu emocionado o documentário, na sessão das 17hs, logo depois de, também emocionado, ter visto a peça de teatro da “Ditadura”.
Se isto faz diferença, confira com o professor Guillermo.
Em tempo, se você é aluno do Alves Aranha, sinta-se orgulhoso, foi uma grande jornada cultural e de consciência social e política.
Abraços
Heriberto Pozzuto
Muito obrigada pela visita e por ter assistido a nossa peça. Todos os anos buscamos realizar as nossas peças teatrais de modo que faça as pessoas refletirem sobre o assunto e como ultimamente tem se falado muito sobre intervenção militar queríamos mostrar o que houve quando se teve está intervenção no Brasil. Na nossa próxima feira cultural esperamos sua visita.